segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ouça o que alguém diz...

Olá a todos!

É eu sei. Passei quase um semestre sem escrever. Mas nesse tempo eu estive tentando ir de encontro a idéia do título do blog, e fazer a diferença, para mim pelo menos. Bem, se eu não consegui, já é assunto para outras postagens, aliás só venho aqui para falar do que já aconteceu, ou seja o clichê deste espaço.
Os clichês em geral estão em toda a parte, e existe um para cada situação. Quando se escreve algo se imputa um sentido no produto final, uma espécie de mensagem escondida que só olhos muito atentos conseguem perceber ou, pelo menos tentam. Mas às vezes os olhos de quem lê dão uma cor que a princípio não havia na intenção inicial. Isso sem dúvida é totalmente saudável, mesmo que por vezes "tirar conclusões" seja tão algo perigoso quanto uma roleta russa.
Clichê neste caso é culpar o emissor da mensagem quando foi você que interpretou o que foi dito/escrito. O passo seguinte (clichê) é riscá-lo da sua lista e procurar algo que soe bem aos seus ouvidos/olhos, afinal nada mais comum (clichê) que se procure uma sombra que nos caiba. Mas como violar algumas auto-normas é algo que passa longe de ser algo tido como normal, os clichês permanecem e, se elogia o que se gosta e se deprecia o que não gosta.
O que entra em xeque aqui é o que se simula falando/escrevendo possa vir a ser um caminho para um entendimento do que não está claro, afinal palavras soltas podem ser um problema para quem não sabe interpretá-las corretamente. Enfim, juntar palavras é fácil, pontuá-las também, o que não é fácil é escapar dos clichês, e conseguir escrever algo novo ao mesmo tempo em que é tão comum...

Afinal, aquele que fala/escreve que mente, fala a verdade...

terça-feira, 8 de julho de 2008

Atrás das cortinas...

Olá a todos!

Não sei com que nível de uma melancólica nostalgia vim escrever aqui hoje. Acho que uma leitura dos acontecimentos nos últimos anos aliado a esse clima de inverno desta terça-feira fria e inofensiva podem diagnosticar melhor isso. Então vamos seguindo assim, lenços, sem documentos.
Poderia dizer que é curioso se não fosse regra: é sempre no fim que se pensa no começo. Você aguarda uma eternidade para ver a sua vida passar no cinema, ver o mocinho, conhecer o mundo que o mocinho tem que livrar do perigo, a(s) mocinha(s), e mocinho que é mocinho de verdade tem sempre um oráculo, um mestre, alguém que sabe dizer exatamente na hora exata o que o mocinho deve fazer (o que torna ele tão legal quanto o mocinho pois, o mocinho só é mocinho por causa do mestre). Aí o longa acaba. E você passa a pensar o que aconteceu antes do Leão da MGM dar os três rugidos, o que aconteceu depois que os créditos começaram a subir e a tela ficou escura.
Todo esse trocadilho cinematográfico faz sentido quando se começa a considerar o roteiro que você tem nas mãos, como ganhar o Oscar com os recursos que você tem nas mãos? A primeira e óbvia resposta é ter ao seu lado a melhor equipe de pessoas para trabalhar, pessoas com as quais você possa dialogar sem mesmo ter que usar palavras. Pessoas que completem a sua idéia primeira que mesmo sendo vazia e infundada a princípio, possa através da pintura da sua equipe ser mais brilhante e precisa.
Verdade é que toda auto-biografia e meta-lingüagem estão fadadas ao menor e mais inocente possível ufanismo, mas nem por isso deve haver descrédito da história, pois ela acima de tudo é uma contribuição a memória dos dias que virão. Assim, mesmo que os prêmios não venham, quero brindar com doses de nostalgia a confecção desta película, e sem ser tendencioso (ou mesmo o sendo), dizer que esse é um filme maravilhoso...

E é sempre no fim que se pensa no começo...

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Bem que...

Olá a todos!

É isso aí, fim de semestre começo de outro, obrigações em dia (mas ainda não há a sensação de dever cumprido), e por mais incômoda que seja a idéia de que daqui para a frente as coisas só tendem a se tornarem mais complicadas, acredito que com o tempo acaba-se por conviver (não muito bem e contente) com isso da forma mais natural possível. Vim aqui hoje motivado pela leitura de um pequeno texto de um, mesmo que distante, amigo, que versou sobre algo interessante em seu flog Meio-amargo by Davi San Gil. A minha parte aqui foi só associar a idéia dele a outra por se dizer "diferente", e assim escrever sobre duas coisas aparentemente díspares, mas totalmente complementares uma a outra.
Se parar para pensar os princípios de cada um são como seus dentes. Quando nascemos, não temos nenhum – dente, princípio. Os dentes vêm primeiro, mas os princípios não tardam a nascer, e antes da adolescência boa parte deles já caiu por terra – metaforicamente ou não - dando lugar a novos – dentes, princípios. A tendência é conservar a maioria a partir de então, exceto três ou quatro que, ao fim da adolescência, boa parte de nós se vê obrigada a arrancar. São os chamados sisos, ou dentes – e princípios – do juízo.
Os meus princípios assim como meus dentes, merecem uma boa revisão pelo menos uma vez por ano, e a cada revisão eu vejo que tem alguma coisa errada, alguma coisa a ser mexida, consertada, restaurada. Umas boas porradas – metafóricas ou não – também costumam arrancar alguns – dentes, princípios - em definitivo. E, como ostentar uma boca sem dentes costuma provocar uma repulsa social igual à de uma vida sem princípios, é sempre bom, no caso da ausência de ambos, arranjar uma dentadura – metafórica ou não – nem que seja só pra disfarçar durante o dia, e guardar sua banguela de dentes e princípios entre quatro paredes.
Por fim, nunca é bom confiar na ocasional brancura – metafórica ou não - dos dentes e princípios que as pessoas costumam exibir. O lado podre de ambos normalmente se esconde por trás do sorriso.

E assim vai se conseguindo a medíocridade necessária para ser popular...

domingo, 29 de junho de 2008

Mais, menos...

Olá a todos!

Não vou considerar esta como uma postagem extra-oficial, até porque vim pouco por aqui este mês, e quem sabe até amanhã que é o último dia deste mês no mínimo não usual por se dizer, eu venha (quem sabe até menos raivoso), falar de coisas que todo mundo finge que não sabe, mas adoram dizer como foi bom eu ter escrito sobre elas. Sei também, que esta é uma postagem perigosa, afinal nem todo digere muito bem uma crítica pública como essa, aliás já é muito difícil encontrar alguém que ao menos por debaixo dos panos aceite ser criticado em algo.
Durante muito tempo, acreditei que as pessoas (comigo incluso) deviam superar coisas as quais não se gosta - isso no fundo, é só uma maneira de tentar ser aceito por outros - e que tentando passar ao largo das partes sujas do caráter que não reluziam bem no espelho, estaria se contribuindo positivamente para o caminho da virtude. Até aí, essa sucessão de horas e lugares errados ao mesmo tempo as quais todos estão fadados, contribuíram decisivamente para perceber o óbvio: à medida que o tempo passa e só se vê infortúnios, está na hora de perceber que não é tão bom quanto se imaginava.
Verdade que esse é um baque muito grande, e se demora até cair em si e procurar a melhor maneira de não mais impregnar o ar que os outros respiram com a sua presença, afinal esse pelo menos para mim é o principio básico da convivência: se não quer (puder) ajudar, pelo menos não atrapalhe. Mas a pior parte disso tudo é com certeza quando não obstante você já ter todas as suas penas perpétuas para cumprir, conseguirem te tornar ainda mais perverso. E não pense que adianta demonstrar o quanto você sabe que o céu é um lugar para onde você nunca vai ser convidado, porque depois do fundo poço ainda há muita terra para se cavar, e é nessa hora que você deve ponderar a idéia de continuar saindo de casa.
Bem, já escrevi aqui há algum tempo o quanto era mais fácil depreciar, mas é que nesse buraco sem fim, quando se pensa que já viu de tudo é que aparece mais alguma coisa para te lembrar que você está entre a raça humana a passeio. Pior que tudo isso ainda é lembrar que a teoria de Maquiavel não se aplica a você - talvez, pelo simples fato de não ser um príncipe com toda a ambigüidade que aqui possa ser incutida - e toda a velha lição cartesiana de que ninguém acha que precisa de mais bom senso além do que já tem se torna a regra inviolável deste jogo de todos contra todos.

Mas se você é um amaldiçoado, deixe de delongas e aja como um...

terça-feira, 24 de junho de 2008

(Re)acendendo as luzes...

Olá a todos!

É, sei que não venho sendo muito pontual nos últimos dias, mas alguns acúmulos de atividades apresentaram bem cansativos ultimamente. É desniveís que não estavam nos planos também apareceram, e por enquanto estou esperando que ele se resolva rápido; outro no entanto, foi com certeza a surpresa do ano, tão surpreendente e improvável - e isso é o que dá tom da situação - está como tudo na minha vida, ganhando forma depois das reticências.
Gosto de pensar que a maioria das coisas são mais ou menos como as canções, no fundo elas já estão prontas e, quanto menos você interferir melhor. Verdade é que viver sem assumir as rédeas da própria vida é algo no mínimo inimaginável e sem sentido, mas nem sempre determinar-se como dono do próprio destino significa antecipar-se às situações, até porque as coisas realmente difíceis da sua vida te pegam de surpresa numa terça-feira nublada e aparentemente monótona.
Sem dúvida não há um dilema aristotélico maior do que saber o caminho da virtude através do meio termo, e saber quais as horas de acelerar e de frear na vida nem sempre é tarefa fácil. Mas há coisas que devem ser mantidas na mente: o quanto se é bonito, que nunca vai-se murchar a beleza e o quanto se deve ser adorável, mas é certo também saber que sempre se muda para frente com o mundo, mas mais importante que isso é ser como um pássaro e simplesmente voar embora e retornar a si sempre que necessário.
O certo mesmo é que são as surpresas e as improbabilidades que te fazem levantar da cama. À medida que se vai ficando velho vai se esquecendo das formas inteligentes de mentir para si mesmo, vai se ficando sem razões para chorar. E quando os amigos se forem e as festas terminarem será que nós ainda pertenceremos uns ao outros?

É sempre a dúvida dos bons meninos que esperam algo...

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Sempre correndo...

Olá a todos!

Fim de semestre tumultuado chegando, começo de outro ainda mais tumultuado a vista, é realmente quanto mais perto se está dos 30 é que tudo parece ainda mais confuso e nebuloso. Bem mas nem tudo são espinhos é verdade e as principais metas destes seis meses foram cumpridas, mas prefiro deixar para fazer o balanço do período em uma outra postagem. O que realmente está me tirando o sono é o que está por vir neste segundo tempo (semestre), mas isso não deveria ser novidade, afinal sempre sofri por antecipação mesmo.
Já havia comentado aqui há alguns dias sobre esse problema de envelhecer, e afirmo novamente que não é uma coisa que esteja sendo bem recebida - não só por mim pois já ouvi a mesma lástima de alguns amigos - mas se segue em frente e aos poucos vai se distanciando cada vez mais do horizonte da juventude. Mas, verdade é que nem todo mundo está pronto, ou mesmo não quer viajar nesta embarcação, tentando para sempre permanecer inerte na Terra do Nunca, tentando se furtar a uma verdade inescapável: todo mundo vai envelhecer. Por mais que se corra, fuja, retoque, mude, o tic tac do relógio é imperdoável, mais dia menos dia, você vai perceber algum risco na face que não tinha antes.
Bem não é necessário ser nenhum gênio para saber qual é o ponto fraco quando se tenta ser o Peter Pan, afinal a não ser que se consiga desviar de todos os espelhos do mundo, ninguém além de Dorian Gray conseguiu mitigar o juízo inexorável do tempo. Mas a saída encontrada é vender a sua falsa fonte da juventude a outros e assim por anos, cegá-los quanto aos grilhões a que todos nós estamos aprisionados. A pergunta que insiste em não calar é: e quando se deparar no espelho com um adulto de 40 anos, enrugado pelo tempo e pelas mazelas, olhando para trás e só vendo as páginas amareladas, deixadas em branco, afinal a história fala do velho, e o Peter Pan nunca envelhece.
É inegável que é realmente duro não reconhecer-se à medida que os dias caminham para o Fim, saber que tudo que veio se vai da mesma forma. O eterno ensaio da vida nunca para, e sempre vai haver ocasiões onde se preferia estar apenas dormindo. O bom de tudo isto no entanto, é que é com essas agruras que se consegue ver do que se é capaz, do quanto pode ser decisivo e importante para si mesmo, e como respirando tudo de forma lenta, se percebe o sabor da vida. Só que preocupa, é o que o Peter Pan vai fazer quando Wendy e Sininho não estiverem mais lá...

Pois, minha mãe sempre disse o quanto é bom ser natural...


sábado, 31 de maio de 2008

Dois pesos...

Olá a todos!

Bem aproveitando o ensejo que hoje é sábado, fim de mês e que segunda é o dia internacional de se começar todos os projetos, vim aqui para escrever a segunda postagem extra-oficial do mês. Na verdade esta postagem deveria ser uma espécie de parte 2 da postagem de ontem, mas os meus talentos literários ainda não permitiram tal grau de domínio, aponto de conseguir desenvolver idéias em continuação por assim se dizer. Mas nem por isso as duas coisas que quero aqui falar hoje, deixam de ter ligação com o que escrevi na postagem de ontem.
Mais dois episódios me fizeram pensar sobre o assunto de hoje, quando em duas oportunidades distintas pude ouvir as palavras ética e democracia aplicada em situações onde essas duas palavras passavam longe do que realmente estava acontecendo. Lá atrás na antigüidade quando Aristóteles falou sobre ética, este apontava que esta deveria dar conta das virtudes do homem, e como este último teria que conduzir a sua vida sem pender para os extremos - seja eles tanto o da falta ou do excesso - e assim procurando esse termo do meio, estaria próximo do pleno desenvolvimento de si mesmo, e das suas habilidades enquanto humano.
Quanto à democracia, essa desde a antigüidade é que gera dúvidas quanto a sua aplicação. Na Grécia Antiga, designava como o poder na sociedade estaria "repartido" nas mãos dos povo, o que chama a atenção é que nem todo mundo era considerado cidadão, conseqüentemente parte do povo. Desde Revolução Francesa e toda a propagação do ideal de liberdade iluminista, temos assistido a outra distorção: a ditadura dos interesses da maioria sobre essa mesma maioria. Como Wylde suscitou, a democracia significa simplesmente o esmagamento do povo, pelo povo e para o povo. E essa frase só vem sintetizar que toda forma de poder é degradante, principalmente aos que são governados.
Nos dias de hoje, Ética e Democracia tem significados bem díspares do que já representaram, ou do que pretendiam (no caso da democracia). Ética hoje é a forma pela qual você não pode dizer o quão sujo é um indivíduo e as suas "boas maneiras", e como as suas ações só beneficiam a ele próprio; Democracia é o simples ato de legitimar o poder de quem está no poder, fazendo lembrar o contrato que os homens assinaram com o soberano, e como esse deve se perpetuar no poder, desde que garantindo os privilégios de quem os apóia, permaneçam por muito e muito tempo...

Isso só vem a ratificar como a opinião pública está completamente errada...

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Quem vê...

Olá a todos!

Estou aqui hoje meio que antecipando a postagem , pois no fim de semana pretendo ultrapassar as horas da madrugada na companhia dos meus queridos amigos de risadas, teorias malucas e outras excentricidades diárias, afinal como é no fim do semestre que as obrigações apertam - e esse já não foi muito folgado - vamos nos dedicar a arte de trazermos à luz mais risadas, teorias malucas e outras excentricidades. Só que com o diferencial de um razoável teor alcoólico na corrente sangüínea, afinal tudo o que procuramos é um motivo para estarmos juntos, e conseqüentemente para beber.
Quero aqui falar de um episódio presenciado esta semana que me chamou a atenção, mas antes disso queria poder questionar como é possível criar um discurso (não necessariamente "bom" ou "mal"), defendê-lo e colocá-lo em prática, usufruir por muito tempo do que se ganhou com ele, e depois simplesmente dirigir-se a público com um outro totalmente oposto. Não estou excetuando a possibilidade de que alguém possa rever seus conceitos e princípios, é que desta mudança na teoria se percebe facilmente que a prática também muda. Estou falando simplesmente do indivíduo que a sua vida toda esteve trajado em azul, e um belo dia defendeu as vestes vermelhas por estar usando um chapéu rubro, e ainda censurou aos vestidos de vermelho, porque usavam calças brancas.
Bem, como já disse acima, todos estão sujeitos a encarar mudanças de comportamento e de atitudes, afinal ninguém (pelo menos que eu conheça) consegue ser/estar sempre do mesmo jeito, mas na maioria das vezes caminha-se numa linha - não necessariamente linear - de tese, antítese e síntese. Mesmo que se vá a uma direção totalmente oposta da que está, é perceptível a marca pessoal e singular dos passos seguidos. Mas quando simplesmente se acorda como humano depois de ter sido inseto a vida toda, não é nenhuma novidade que quem estava com olhos e ouvidos abertos se surpreenda com a "nova" forma de visão/discurso apresentada, e como às vezes é difícil perceber a verdadeira intenção incutida nos discursos , colocar as barbas de molho é um reflexo quase que espontâneo.
Verdade é que a medida que o tempo passa quem veste vermelho também já começa a flertar a cor celeste, e assim a troca dessas camisas, com todas as sujeiras que estão nelas, mantém as regalias única e exclusivamente desses dois times aparentemente antagônicos. Os prejudicados, é lógico, são os descamisados que sofrem por estarem no time que nem sequer entra em campo. A estes últimos só resta a opção de em alguma oportunidade lavarem a roupa suja para mostrar o quão desbotado é a face maquiada de quem está confortavelmente vestido...

Mas é claro que não é, não pode ser. Será?

sábado, 24 de maio de 2008

Já não é mais...

Olá a todos!

De volta a mesa de planejamento, resolvi me dar uma folga dos meus tormentos esse final de semana, mas nada muito duradouro, afinal o dia de entrega dos trabalhos está chegando e se me descuidar posso perdê-los, mas no ritmo que as coisas estão indo, é só manter os horários e as obrigações em ordem, que tudo transcorrerá dentro da normalidade e sem apuros. Mas verdade é que quanto mais o tempo passa, vou sentindo falta do tempo em que aprendia coisas novas, e do jeito como as coisas tinham o brilho do inédito, e da imprevisibilidade de tudo, e afirmo com certeza que foi na casa que agora estou prestes a deixar, que pude ter todas essas apreensões.
Saudade também do tempo que as paixões melhoravam o meu dia, coloriam a minha maneira de ver a vida com tons brilhantes e claros. Tenho plena certeza de que o que escrever a partir dessa linha, vai gerar os rótulos de que sou mal-amado e etc. mas escrevo nesse blog justamente para que falem mal de mim, se quisesse o contrário, estaria fazendo caridade em algum lugar da África. Retomando o raciocínio, verdade é que depois das seguidas decepções (não vindo ao caso a minha culpa ou das minhas ex-companheiras), enxergo nos amores exacerbados e suas declarações ao vento, uma simples desculpa para machucar e para se machucar, afinal não é todo mundo que está disposto a abrir mão da sua individualidade, e aceitar algo que não te agrada na outra pessoa, implica em entrar em conflito com a individualidade desta.
E quando o assunto é a individualidade o assunto se torna ainda mais difícil. Isso no entanto, está claramente relacionado ao desenvolvimento de si mesmo. Quando se tem plena consciência das suas peculiaridades se torna muito mais fácil buscar a perfeição em si mesmo ao invés de procurá-la nos outros. A quem diga que procuramos nos outros que falta em nós mesmos, e se realmente é assim, nos apaixonamos pelos defeitos, afinal é muito difícil alguém admitir-se imperfeito e culpado, é preferível projetar nossas lacunas nos nossos "amores", e continuar na eterna odisséia de se perder ao longe, tendo depois que juntar os pedaços dos seus sonhos quebrados no chão.
Bem, prefiro dessa forma manter-me no meu discurso da sobriedade, prezando que as pessoas fiquem juntas analisando o quanto podem ser boas umas com/para as outras, aproveitando o que tem em comum e se divertindo a partir disso, e procurando entrar em consenso sobre o que não os agrada e assim podendo a partir da lealdade e do companheirismo perpetuarem algo bem mais sadio, por que todo mundo sabe que paixão acaba (e por isso é tão sedutora). É, não excluo a possibilidade de que as minhas experiências não-afortunadas tenham contribuído decisivamente para esse ceticismo, e no fim das contas não sou quem devo dar aulas sobre relacionamentos, afinal não tive a mesma sorte que as divas de Alencar...

Mas ainda acho que primeiro deve-se desenvolver a perfeição em nós mesmos...

sábado, 17 de maio de 2008

Só as saudades...

Olá a todos!

Bem, como o próprio título revela vim aqui hoje para ser nostálgico com toda a amplitude que o termo possa permitir, e o faço pela ocasião especial do reencontro essa semana com alguns dos meus atores favoritos, àqueles que junto comigo, protagonizaram capítulos memoráveis desse eterno ensaio, o qual chamo de minha vida. Aos companheiros atuais (a maioria leitores desse blog), as minhas desculpas por lhes deixar de lado nessa postagem, mas como um merecido tributo, não posso me furtar a não trazer à tona algumas dessas memórias, que às vezes temperados com um bom whisky, rendem horas e horas de risadas, daquele tempo em que tudo parecia mais fácil.
Curioso é que nós encarávamos a vida como um filme, onde cada momento variava da comédia ao drama (o primeiro bem mais freqüente), os finais de semana eram verdadeiras aventuras, e aos poucos vai começando a rodar os primeiros romances. A intensidade desses gêneros é o que lhes dá o tom de clássicos, inesquecíveis. Mesmo passado tantos anos, é possível que se mantenha na mente os detalhes dos diálogos, situações das mais estranhas e variadas (o tchau daquela menina que você disputou com o seu amigo por exemplo, é um clássico).
É, tardes de pura aspiração do que o futuro, seja profissional, pessoal, romântico estaria reservando, e verdade é que nem sempre nós passamos por bons bocados nos nossos papéis. Mas como verdadeiros heróis que nos proclamávamos, enfrentamos alguns dos desafios que infelizmente nos separaram, mas felizmente nos levaram a acrescentar algo a mais nas nossas vidas, e mesmo com a distância geográfica a nos privar da alegria da presença física, nos contentamos momentâneamente a ficar do lado de cá dos nossos monitores a rir com as mensagens e emoticons a subir na janela do messenger.
Bem, deixo aqui por aqui a releitura das páginas já amareladas pelo tempo, mas nunca com um gosto menos saboroso do que quando foi visto pela primeira vez, mas como disse acima os ensaios são eternos, e o grande espetáculo sempre está por vir. Bem volto assim a redação deste seriado, que é o presente, que assim como os filmes do passado, estão recheados com comédia, drama e os não menos interessantes romances, mas acho que a diferença entre os filmes dos tempos idos e o do seriado presente é que sabemos que muitos episódios ainda estão por vir, e assim vamos vivendo mais devagar, sem a pressa de viver tudo em duas horas de película. Mas devo ainda registrar aqui os que não se foram e que ainda hoje participam de algumas filmagens, dando um brilho tão especial e único aos nossos capítulos diários...

E assim era o gosto de tudo quando erámos jovens...

domingo, 11 de maio de 2008

E assim...

Olá a todos!

E aqui estou eu, tentando ser um cumpridor de promessas, mas ao mesmo tempo sendo fiel a atenção dos que acompanharam a volta do 'Sempre Igual', que vai caminhando devagarzinho, e continua a passos de formiga, mas com muita vontade graças aos poucos, mas fiéis leitores. Assim registrar também que os grilhões acadêmicos que no momento me atormentam tanto estão muito perto da sua conclusão, essa provisória, tendo em vista o vislumbramento de horizontes cada vez mais distantes.
Bem curioso é o maniqueísmo no qual estamos enquadrados hoje em dia, onde toda a sua liberdade está claramente condicionada as posições que assume. É como se o mundo todo houvesse dividido em duas únicas tribos, uma vez que assumir determinadas posições e manifestar opiniões implica diretamente em estar concordando com algo, e aí é a parte engraçada da estória, concordando em toda a plenitude, sendo lhe negado o direito de fazer qualquer ponderação, pois os discordantes do lado oposto também estão fincados irredutíveis nas suas trincheiras.
Surge então, um sem fim de questionamentos: "é possível cavar meio buraco?" "mas não assumi lado nenhum...", mas faz parte de toda a manobra oposicionista, afinal quanto mais você puder explicar, menos eles vão poder te atacar nas suas reticências, nas brechas da sua fala, assim é uma forma de garantir que a síntese hegeliana venha antes da antítese, e a tese se perpetue sem maiores adversidades.
Dessa forma, no vai-e-vem de tudo a mesmice continua, porque depois de tanto bater com a cara no muro, você começa a pensar em uma maneira de escalá-lo, e enquanto isso os clichês se tornam as regras de conduta, e o "diferente" sempre foi assustador, afinal como mergulhar no mar das incertezas? A vontade de se continuar na mesmice supera a de obter respostas, e à medida que se deixa o tempo passar, vai se envelhecendo as promessas e os hábitos, e depois não é possível mais identificar nada neste antiquário de uma única cor, opaca e pálida...

E assim, não se sabe até quando esperar...

domingo, 4 de maio de 2008

Herrar é Umano...

Olá a todos!

Apesar do acordo firmado ontem, não pude deixar de vir aqui publicar essa postagem por se dizer "extra-oficial".Hoje, no entanto, vim despido de todo o lirismo e boas maneiras, vim aqui hoje para levantar as bandeiras da impunidade, do cinismo e da injustiça, uma vez que os verdadeiros criminosos e herdeiros diretos daquelas, foram mais espertos e passaram na fila antes e levaram as bandeiras da bondade e do altruísmo, com a sua intenção única de serem mais medíocres do que o de costume (tarefa por sinal bem cumprida) e além de tudo ensinarem as suas "boas maneiras e costumes" àqueles que lhes emprestarem os ouvidos.
Bem estando eu fadado a tal, serei eu o cínico, mal-amado, carente, anti-social, ditador, manipulador, arrogante, boçal e por fim o culpado, afinal se estar do lado do bem se implica também em ser a vítima, mas o que não sei dizer é qual dos dois lados fica com reflexão final quando se assume uma posição desta grandeza, que é a de ser imcompreendido. Se bem que, no final das contas não é o que você é por dentro, mas o que você faz que te define, e assim vamos puxando a sardinha para o nosso lado, pois é devagarzinho que se manipula um aqui, outro acolá.
Oscar Wilde já disse uma vez "A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre!" E essa medíocridade, essa mesquinhez está em alta por aí, anda desfilando empertigada, sorrindo descaradamente debaixo dos aplausos dos que preferem simplesmente ficar para o recebimento da coroa de oliveiras, afinal bem mais auto-lucrativo que se envolver na peleja, é simplesmente aplaudir os "heróis", os que da sua sala de direção, da sua tela de computador, recebem as medalhas da coragem e as glórias do suor da batalha.
Bem, não posso assim me estender na minha conclusão, pois os vilões jamais assistem quando começa a subir as letras dos créditos, e eu, que fui vilão por falta de opção, devo apenas me resignar e esperar que no "2" eu possa voltar, Arnold Schwarzenegger conseguiu voltar do lado do bem no "Exterminador do Futuro 2", só não sei se os roteiristas assim o permitirão...

Afinal, não é sobre mim, não é sobre vocês, são só bons negócios...

sábado, 3 de maio de 2008

Entre a foice e a espada...

Olá a todos!

Bem, seis meses depois volto aqui para escrever novamente, peço desculpas aos poucos (mais fiéis) leitores, mas uma avalanche de compromissos se tornou incontrolável nesse meio tempo, e eles na sua maioria são acadêmicos, e com prazos inexoráveis. Então venho aqui prometer que pelo menos semanalmente vou escrever algo de relevante, que tenha sido o "assunto da semana", aliás peço ainda que alguns de vocês se voluntariem ao cargo de meu editor, assim com um tema de postagem definido poderia cumprir a tarefa até de escrever duas vezes por semana, uma vez que na minha cabeça ultimamente se embaralham teorias históricas, siglas políticas e golpes de Estado sem fim, assim fica o convite aos meus editores voluntários.
O que me trouxe de volta no entanto, foi o movimento recente grupos representados por siglas, ou por costumes, e a maneira como essas premissas os tem feito defender tresloucadamente as suas causas, que não se sabe até que ponto tem fundamentos. Se de um lado os portadores da tradição se fecham no seu anacronismo, renegando qualquer imagem refletida no espelho que não seja a sua, do outro encontra-se os que em seu instinto de não se igualarem a ninguém, se tornam tão iguais a si mesmos e o seu manual de conduta transfigura-se no principio de negação primeiro: a tradição. Por último, o grupo dos portadores da verdade, inexauríveis em retórica, com verdades tendenciosas e frases feitas, esperando pelas almas de pouco brilho afim de condená-las sob o mesmo jugo.
Mas dentre todas estas lástimas ainda há de se encontrar os piores, os portadores do senso-comum. Aqueles que habitam a caverna de Platão, conformados com as suas sombras, assoberbados das suas próprias verdades, e "achismos". Esse dandidismo distorcido, os defende de todos os possíveis enfrentamentos à sua tão cautelosa imagem, construída milimétricamente com os mais doces predicados, a fim de ocultar a sua nociva intenção anti-dândi: a padronização das suas idéias, verdades e toda a sorte de supostos comuns, ao passo em que o ego se cristaliza, enrijece e inerte, se propaga pela posteridade.
Curiosamente vou concluir essa postagem clamando pela mesma coisa da última em outubro: Liberdade! Mas que essa seja de pensamento, que se busque um mínimo de distinção, que se procure saber o que lhe entra aos ouvidos, e não simplesmente os aceite sem nenhum tipo de verificação de conteúdo. Repetindo Wilde "desobedeçam", desatem os nós que lhes prendem...

Afinal, quem alcança seu ideal, vai além dele...