segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Espelho meu...

Olá a todos...

Em dias como os nossos, onde a internet (e os seus sites de relacionamento) se tornou um veículo de autopropaganda em níveis exponenciais tanto de alcance quanto de retorno, uma questão por demais necessária se faz imprescindível ao debate: quanto se consegue preservar de imparcial na formulação da autoimagem? Quanto se consegue distanciar o indivíduo das marcas e rótulos que lhe vestem? Dessas perguntas surgem inúmeras respostas que nem sempre contemplam a verdadeira essência do questionamento original.
A formulação mais usual da autoimagem é a que é utilizada de forma a fazer com que as qualidades expostas sirvam para reparar a reprovação que as pessoas tem consigo mesmas. Essa tentativa exacerbada de obter aprovação alheia acaba por levar a uma sinuca por demais comum e rotineira para nós: é medindo sorrisos, pontuando frases que se ganha "pontos" em relações onde apenas os interesses comuns e imediatos representam alguma reciprocidade. A realidade de escritórios burocráticos ilustram perfeitamente o caso.
Intrisecamente ligado a este grupo está o outro oposto: os que numa representação megalomaníaca de uso do poder, erguem para si um status que está acima de qualquer crítica e opinião exterior, ficando cegos para as suas próprias falhas. A relação simbiótica resultado da interação destes grupos acaba por resumir as relações vazias tão em atividade que se vê por aí. O imediatismo parece ser a solução mais cabível no mundo em que tudo deve demorar três minutos.
A autoreflexão é de fato algo tão corriqueiro e útil, mas que por vezes parece ser deixado de lado e o seu abandono termina quase sempre nas autorazões e autosuficiências (como é estranho escrever sem hífen) que acabam por resumir o produto à sua embalagem. O mais engraçado nisso tudo é a noção de que quem não acompanha a onda acaba por ficar no ostracismo, mas nada melhor do que ver essa comédia do seu próprio lado da tela...

A boa conduta é um espelho no qual todos constroem sua imagem...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Contra a maré...

Olá a todos!

Não faz muito tempo que publiquei algo aqui sobre como me comportava frente ao "nobre" ato da omissão. Como na referida ocasião apenas dei um toque superficial ao tema, quero desta vez por mais questões a luz do debate. Antes que vocês me tomem por um negligente sem coração , eu gostaria de fazer as minhas ressalvas quanto a que tipo de omissão me refiro.
Quando me revelo como omisso, na verdade estou falando como alguém que tem relativas dificuldades em assumir determinadas posturas em situações diversas. Bem, se no final as coisas não aconteceram por falta de um pouco mais de empenho, eu já vejo esse filme a mais de duas décadas. E é dentro desta tragi-comédia que eu gostaria de, nas linhas seguintes propor uma visão alternativa dos fatos (e por que não cínica).
Bem, os motivos que me trazem "a pena" são por demais óbvios: fui interrogado quanto a apresentar "uma atitude séria" numa novela que não passará em lugar algum. Quero primeiro deixar claro que em nenhum momento eu fui acometido da vontade viril de provar que o meu interlocutor estava errado, quando no mais, fiz questão de honrar a minha já tão calejada dignidade omissa. Os mais críticos me lograram para a posteridade como covarde é verdade, mas o que é necessário frisar é que numa era em que as coisas que você já acreditou não existem mais, é muito, mas muito díficil saber que posturas tomar quando você não sabe nem em onde está pisando.
Somado a isso, o sentimento mais incômodo do mundo, o da mini-rejeição, onde você não tem certeza se as palavras que você disse vão representar aquilo que você quis realmente exprimir, ou ainda, se você vai pelo menos ter a atenção necessária para dizê-las. É meus queridos leitores, olhando do lado de cá, o instinto de auto-preservação lhe dá argumentos suficientes para manter as coisas exatamente do jeito que estão. A característica mais marcante da vida com certeza é a forma como inesperadamente as coisas mudam de lado, e quem sabe não foi esse "atalho" que te fez chegar onde você nunca pensou que pudesse.
Bem, eu continuo por aqui com a dignidade própria da minha omissão, tecendo considerações utópicas para justificar o que eu deixei e fazer, mas ao mesmo tempo sabendo que se for eu o maior desfavorecido com o resultado final, vou poder ter certeza de que eu poderia ter feito as coisas diferentes mas, ESCOLHI não fazê-las. Dentro de tantas coisas óbvias ditas acima, me faltou dizer a mais óbvia de todas: se eu tivesse atitude, com certeza não escreveria textos sem sentido como esse.

Na hora "h", no dia "d", na hora de pagar pra ver, ninguém diz o que disse, não era bem assim...