sábado, 24 de maio de 2008

Já não é mais...

Olá a todos!

De volta a mesa de planejamento, resolvi me dar uma folga dos meus tormentos esse final de semana, mas nada muito duradouro, afinal o dia de entrega dos trabalhos está chegando e se me descuidar posso perdê-los, mas no ritmo que as coisas estão indo, é só manter os horários e as obrigações em ordem, que tudo transcorrerá dentro da normalidade e sem apuros. Mas verdade é que quanto mais o tempo passa, vou sentindo falta do tempo em que aprendia coisas novas, e do jeito como as coisas tinham o brilho do inédito, e da imprevisibilidade de tudo, e afirmo com certeza que foi na casa que agora estou prestes a deixar, que pude ter todas essas apreensões.
Saudade também do tempo que as paixões melhoravam o meu dia, coloriam a minha maneira de ver a vida com tons brilhantes e claros. Tenho plena certeza de que o que escrever a partir dessa linha, vai gerar os rótulos de que sou mal-amado e etc. mas escrevo nesse blog justamente para que falem mal de mim, se quisesse o contrário, estaria fazendo caridade em algum lugar da África. Retomando o raciocínio, verdade é que depois das seguidas decepções (não vindo ao caso a minha culpa ou das minhas ex-companheiras), enxergo nos amores exacerbados e suas declarações ao vento, uma simples desculpa para machucar e para se machucar, afinal não é todo mundo que está disposto a abrir mão da sua individualidade, e aceitar algo que não te agrada na outra pessoa, implica em entrar em conflito com a individualidade desta.
E quando o assunto é a individualidade o assunto se torna ainda mais difícil. Isso no entanto, está claramente relacionado ao desenvolvimento de si mesmo. Quando se tem plena consciência das suas peculiaridades se torna muito mais fácil buscar a perfeição em si mesmo ao invés de procurá-la nos outros. A quem diga que procuramos nos outros que falta em nós mesmos, e se realmente é assim, nos apaixonamos pelos defeitos, afinal é muito difícil alguém admitir-se imperfeito e culpado, é preferível projetar nossas lacunas nos nossos "amores", e continuar na eterna odisséia de se perder ao longe, tendo depois que juntar os pedaços dos seus sonhos quebrados no chão.
Bem, prefiro dessa forma manter-me no meu discurso da sobriedade, prezando que as pessoas fiquem juntas analisando o quanto podem ser boas umas com/para as outras, aproveitando o que tem em comum e se divertindo a partir disso, e procurando entrar em consenso sobre o que não os agrada e assim podendo a partir da lealdade e do companheirismo perpetuarem algo bem mais sadio, por que todo mundo sabe que paixão acaba (e por isso é tão sedutora). É, não excluo a possibilidade de que as minhas experiências não-afortunadas tenham contribuído decisivamente para esse ceticismo, e no fim das contas não sou quem devo dar aulas sobre relacionamentos, afinal não tive a mesma sorte que as divas de Alencar...

Mas ainda acho que primeiro deve-se desenvolver a perfeição em nós mesmos...

3 comentários:

Helder disse...

Nem divas de Alencar , nem o mundo perfeito idealizado por Platão , ou os clássicos do Renascimento, nada paga a tolice e a Virtude de uma Paixão , vivas às maiúsculas alegorizantes , só elas nos aproximam do mundo perfeito , amores do mundo sensível são prisões , fazer o que se desejamos essas grades? Se não quer sofrer não queira Amar. Ahh... me incluo dentro dessa perspectiva é que de fora você consegue ser mais crítico ^^ de qualquer forma , boa sorte =)

Paulo César Cândido disse...

Individualidade é foda mesmo.
E num relacionamento creio que seja o principal fator que gera conflitos.
E apesar das suas experiências não-afortunadas e de se diagnosticar como não sendo quem deve dar aulas sobre relacionamentos, lhe digo uma coisa:
Sábias foram suas palavras.
Pelos menos concordei com a maioria delas.

Pois bem, blog lido, blog comentado.
Até as próximas postagens.

Helder disse...

Ahh... Sou professor de Literatura =) de qualquer forma é legal ver que alguém passa por dramas parecidos com o meu , de fora é fácil ver como erro assim como os acertos ajudam a ver o quanto acerto , sempre igual como o título do seu blog. Aula um do romântismo , idealização ^^