domingo, 24 de maio de 2009

Lugar nenhum...

Olá a todos!

Mais um inverno chegou e com ele a certeza antiga de que tudo continua a ir e voltar para o mesmo ponto de partida. Verdade que com alguns arranhões e mutilações a mais, mas estes destinados a materializar suas cicatrizes de forma a criar o que se pode chamar de medalhas de guerra.
Felizmente, hoje não vim aqui para lamentar e sim para tentar entender a maneira de como pequenos traços fazem com que você descubra que não está sozinho no mundo. Apesar de já ter escrito anteriormente sobre "envelhecer", sempre volto a este tema quando percebo nos mais próximos o quanto este sintoma tem sido um efeito nocivo nas suas vidas também. É como se você tivesse perdido uma sucessão enormes de trens que um após outro fez com que fosse impossível você chegar na estação que queria.
Tomando partido na discussão, acredito que a nossa geração não foi feita para envelhecer. Tivemos a nossa infância recheada pela cultura material "falsa" e apoteótica dos anos 80, nos anos 90 assistimos ao esmagamento dos nossos sonhos da "classe-média" e por fim entramos no novo milênio com a obrigação de nos situarmos como profissionais de sucesso sem ao menos saber o que queríamos fazer das nossas vidas estúpidas.
Agora tentamos correr atrás do prejuízo nos deleitando em ouvir os discos que não pudemos, assitir aos filmes que realmente valem a pena e, por fim, nos tornarmos guitarristas de sucesso e jogadores famosos através da varinha de condão do nosso conto. Esta não mais em forma de pequeno bastão e sim, em plástico com uma fita magnética que torna real os nossos "sapatinhos cristais"e acima de tudo, garante um adicional além da meia-noite...

E nessas horas, a necessidade de todos supera a necessidade de um...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Entre o ser e o estar...

Olá a Todos!

De todas as coisas que tem acontecido ultimamente, incluindo as mais estranhas - afinal ouvir discos de Bossa Nova realmente é algo no mínimo para se surpreender - as constantes considerações sobre o que sou e onde estou sempre resultam em posições díspares, as minhas expectativas sempre estão do lado oposto das perspectivas que em vão eu tracei enquanto os dias passavam.
Não acho que consiga, e nem quero, precisar o quanto eu mesmo contribuí para não realizar as coisas que tive vontade, acho que não acreditava nelas o suficiente (ou elas realmente não existiam). Mas nem por isso fiquei esperando o meu cortejo passar, quando não tinha tinta verde, eu procurei uma azul e outra amarela para ir colorindo do jeito que dava, não do jeito que precisava ser, mas da maneira que tinha que ser feita. 
Aliás não descarto a possibilidade de que a necessidade de fazer algo acontecer influenciou diretamente o produto final. De todas as coisas que tem me ocorrido, me pergunto se não teria mais opções se não fosse tão inflexível, se não seria mais firme se não divagasse tanto, se não seria mais presente se não almejasse o mundo, se teria feito sofrer menos se não fosse tão omisso, se não estaria derrotado se tivesse ficado do lado de quem me venceu enfim, se não seria mais feliz se não soubesse de tudo. 
O mais irônico nisso tudo é que eu não sei a resposta para nenhuma das perguntas acima, e falando sinceramente, me sinto muito aliviado por não saber. De todas as responsabilidades que eu carrego sem querer - e às vezes sem agüentar - o que eu menos quero é sentar na cadeira para ver um filme que já assisti.

O tempo acabou, a canção silenciou e eu acho que tinha algo mais a dizer...