terça-feira, 30 de outubro de 2007

Levante, resista...

Olá a todos!

No clássico anarquista "A Alma do Homem Sob o Socialismo", Oscar Wilde aponta a necessidade de se libertar da imposição de viver para outrem, uma vez que todo o altruísmo forçado ao qual a maioria de nós é forçado a se submeter, acaba por gerar uma miséria ainda maior pois os males nos quais estamos afundados acabam por se impregnar em nós resultando numa sorte não muito promissora.
Dessa forma, Wilde aponta que para uma profunda transformação da sociedade, é necessário que ao se reconstruir esta, procure estruturar os seus alicerces sem que seja possível a pobreza. Não a pobreza material, mas sim a espiritual, pois para Wilde os piores senhores eram os que se demonstravam mais bondosos com os seus escravos, impedindo-lhes de perceber o quão é horroroso o sistema fétido em que vivemos. Mesmo que as melhores intenções revestam as nossas ações, viver da arte da caridade não fará com que as mazelas do mundo sejam superadas.
Antes, é preferível primeiro sofrer as agruras de toda esta teia que nos envolve, e assim poder se armar com a armadura da mudança, com a lança da indignação e poder cuspir na máquina ventríloqüa, que manipula seus fantoches ao seu sádico prazer. Como o próprio Wilde afirmou " a desobediência é aos olhos de qualquer estudioso de História, a virtude original do Homem", assim nos é necessário desobedecer, gritar, espernear ao invés de ficar se esforçando para tornar a realidade menos suportável...

Afinal, aquele que diz a verdade, cedo ou tarde será descoberto...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tendo a lua...

Olá a todos!

Enfim, chegamos a última noite do festival e mesmo antes de abrirem os portões a expectativa pela próxima edição do festival já era manifestada pelos primeiros transeuntes da noite, mas é lógico que algumas coisas poderiam ser bastante melhoradas, como por exemplo os horários, uma vez que no domingo a previsão de abertura estava marcada para as 17h mas só quase perto das 21h foi permitida a entrada. A esse problema se juntou o número de atrações da noite: cinco bandas, sendo que só por volta de 23h foi que começou o primeiro show, esperamos assim no próximo ano esses problemas possam ser resolvidos.
Atrasos a parte, a noite foi competentemente aberta pelo grupo pernambucano Zantoriff, que tirou o folêgo da platéia tanto com músicas próprias, quanto com releituras do reis do manguebeat Nação Zumbi, numa das melhores apresentações do festival. Era chegada a hora da primeira grande atração da noite, e agito foi o que não faltou no show do carioca Detonautas. A banda fez uma passagem por todos os sucessos da carreira dentro do pouco mais de uma hora de set tocando ainda o hino "O Tempo Não Pára" do imortal Cazuza. Tendo a difícil tarefa de tocar entre as duas principais atrações da noite, o Gato Negro fez uma apresentação no mínimo modesta tocando músicas da cantora Adriana Calcanhoto e do grupo Los Hermanos, repetindo o set que vem fazendo nas suas apresentações por bares da cidade.
Para aumentar o clima de expectativa da platéia, o DJ Paulo Pringles soltou música eletrônica nas pick-ups, mas àquela altura do campeonato o público que se amontoava perto da grade na pista, não estava muito a fim de ouvir as batidas do DJ (que chegou a ser vaiado). 1h27 da segunda-feira, o momento mágico enfim se torna realidade, e Os Paralamas do Sucesso sobem ao palco para uma apresentação sublime, única. A seqüência de músicas, a equalização do som, iluminação, tudo perfeito. Herbert Vianna, o imponente Bi Ribeiro e o seu baixo de um grave inigualável e João Barone juntos do tecladista João Fera e do naipe de metais, pareciam mais estar ensaiando de tão à vontade que estavam. "O Calibre", "Ela Disse Adeus", "Ska", "Uma Brasileira", "Meu Erro", "Caleidoscópio", "Tendo A Lua", além das mais lentas "Cuide Bem Do Seu Amor", e "O Amor Não Sabe Esperar" foram cantadas em uníssono pela platéia extasiada, que parecia não acreditar no momento fantástico que estava presenciando. A banda finalizou com "Alagados" antes de voltar para o bis com nada mais nada menos do que "Vital E Sua Moto" num final que não poderia ter sido melhor (ficaram devendo "O Beco", mas quem sabe na próxima...).
Fim de show, almas lavadas e a esperança de que este evento possa continuar a ser realizado por muito tempo afinal se o que interessava a organização era o retorno financeiro, esta pôde dormir tranquila pois não havia um único espaço vazio na pista; quanto ao público que acabou sendo o maior recompensado, por ser justamente o maior apoiador do evento, uma vez que nos três dias não houve uma única média baixa de show, nenhum transtorno no que se refere a brigas, enfim um evento digno de qualquer grande capital do país...

Agora é sonhar com os Cabeças Dinossauro ou com os Dândis, quem sabe né...

domingo, 28 de outubro de 2007

Noite de outubro...


Olá a todos!

Dando prosseguimento aos trabalhos, a segunda noite de shows do Festival da Primavera teve cinco atrações dentre elas a principal da noite a banda paulistana CPM 22, além dos grupos Metamorfose, Haldeia, L100 e Nós 4, que mantiveram o nível da noite anterior nos quesitos agitação e diversidade de gêneros musicais.
Coube a banda Metamorfose a abertura da noite de sábado, com o seu repertório baseado no rock brasileiro dos anos 80, a banda fez a sua apresentação e agradou a platéia com sucessos oitentistas. Na seqüência o Haldeia com um repertório parecido ao da banda anterior manteve em alta o clima de animação da platéia, destaque para o cover de "Wonderwall" da banda britânica Oasis. Meia-noite as luzes se apagam e entra em cena o CPM22 para fazer a galera tirar os pés do chão, o ritmo vibrante das músicas "Regina Let´s Go!", "O Mundo Dá Voltas" entre outras, deu o tom da platéia que não ficou parada um só minuto. Nem o encerramento da apresentação da banda com pouco mais de uma hora de show prejudicou a apresentação, que foi das melhores até agora.
As duas últimas atrações também merecem destaque: o maceióense L100 com a sua vibração típica não deixou o público desanimar um só instante. É inegável a energia que banda consegue extrair da platéia, ponto alto para o hino "Quando A Maré Encher" do Nação Zumbi; no encerramento, o Nós 4 desfilou doces clássicos da Bossa Nova , conseguindo trafegar livremente do pop ao samba, indo de Los Hermanos a Bezerra da Silva numa demonstração de musicalidade ímpar, enfim o encerramento desta noite não poderia ter sido em melhor estilo. Agora é esperar pelo grande momento de poder ver Hebert, Bi, e João de perto, num dos shows mais aguardados do Festival...

Afinal a turma d'A Escada vai pra lá, e é por isso que eu também vou...

sábado, 27 de outubro de 2007

A favor da comunidade...



Olá a todos!

Sexta-feira em Arapiraca, uma dia no minímo memorável para a cidade, uma vez que a realização do Festival da Primavera enfim deixou de ser sonho e transformou-se em uma realidade que eu espero que volte a se materializar daqui por diante. Assim, mesmo não contando com todos os seus membros, nos juntamos todos representando "A Escada" e fomos conferir os shows da primeira noite de festival.
Após uma relativa demora na abertura dos portões se levado em consideração o horário previamente estabelecido, adentramos no recinto, para ainda esperar mais uma hora até que a primeira banda abrisse os trabalhos da noite. Espera recompensada quando o grupo Mopho subiu ao palco para sua apresentação. Com um repertório calcado no seus dois discos oficiais, da abertura com "Nada Vai Mudar" até o encerramento com "Não Mande Flores", os alagoanos fizeram uma apresentação sublime, demonstrando o quanto podem se sobressair na cena nacional com boas e doces canções.
Em seguida, diversão foi o que não faltou na apresentação dos também alagoanos Mr. Freezer. A mistura de rock com ritmos nordestinos culminou numa apresentação que transcendeu rótulos. As releituras de músicas do grupo Nação Zumbi e do cantor Alceu Valença mantiveram em alta o clima do público durante o set de cerca de uma hora. Enfim era chegada a hora da atração principal e exatamente à 1h00 Tony Garrido e cia. subiram ao palco desfilando sucessos da sua trajetória. Músicas como "Aonde Você Mora", "Johnny B. Good " e "Girassol" foram cantadas em uníssono com a platéia, e o cover de "Is This Love" do imortal Bob Marley gerou cartase no público e depois de cerca de duas horas de show a banda se despediu no bis com "A Estrada".
Coube a banda arapiraquense Sra. Rita o encerramento do primeiro dia de festival, que teve a sua abertura em grande estilo, se levado em consideração que este é o primeiro evento desse porte realizado por estes pagos, assim é só esperar para daqui a pouco assistir a apresentação do CPM 22...

Afinal o show deve continuar...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Declare vida...

Olá a todos!

Tensão pré-balada é sempre assim, tenho que escrever rápido pois em alguns momentos estarei presenciando um evento único na cidade, afinal não é todo dia que se realiza um evento desse porte por estes pagos. Mas diversão a parte, hoje pode ser o dia em que você vai botar em prática aquele seu plano que você sempre dava um jeitinho de adiar. Mas hoje não, a partir desse momento você vai tomar coragem uma vez na vida para não se arrepender do que não fez.
Verdade é que, nem sempre se chega onde se quer, mas como é bom tomar a decisão de ir em frente, e mesmo com os paus e pedras que podem te arremessar, você levantar a cabeça e enfrentar aquela que pode não ser a maior odisséia da sua vida, a batalha pela qual você vai dar tudo de si, mas que vai fazer você pensar em maneiras de superar as adversidades, de reestruturar a cada baixa sofrida, afinal quando se entra em uma guerra, tem que se estar preparado para saber que as glórias podem não vir.
No mais você já sabe, que poderá ter que se refazer caso o resultado não seja satisfatório, que terá que cuidar das suas feridas, e que pode levar algum tempo para que elas cicatrizem de vez. Mas também qual não será o gosto doce de você poder olhar no espelho e ver como cada noite em claro, como cada tombo foi necessário, enfim o quanto você merece a sua vitória, que ao seu modo, será tão valiosa quanto a volta de Ulisses para casa, afinal a causa poder não ser tudo, mas como será se você preferir continuar adiando a sua vida, esperando que a glória simplesmente bata a sua porta?

Lembre-se a Fortuna recompensa os ousados...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O certo, o errado e todo o resto...

Olá a todos!

As mal-traçadas de hoje não tem um objetivo tão nobre quanto as de ontem, mas tem uma missão no minímo tão valiosa quanto. Hoje pedi a alguns amigos (os mesmos de ontem...) que lessem o texto e manifestassem a sua opinião acerca do que eu havia redigido, e qual não foi a minha surprersa que a primeira crítica fosse: isso tá muito Emo! É tão engraçado como existe um rótulo para cada manisfestação não usual que na maioria das vezes é tão simplória, mas que pode representar tanto.
Se não tivesse tido um acesso Emo, teria caído mais uma vez na mesmice de simplesmente ignorar algo, de deixar passar a chance de dizer a algumas pessoas o quanto os seus talentos, as suas qualidades, enfim o quanto elas em menor ou maior grau são especiais. O que parece é que reconhecer as virtudes alheias nos dias de hoje é algo tão repulsivo quanto se afirmar que a Terra é redonda na época de Colombo, o ideal é que nós procuremos todas as falhas, os defeitos para ver se no saldo final nós conseguimos ser menos desprezíveis que o nosso vizinho. Não me entendam mal, as pessoas tem defeitos, mas por maiores e vis que sejam, se preferirmos exaltá-los, eles se tornarão maiores e consequentemente os nossos também, caindo num círculo vicioso sem precedentes.
Dessa forma, mais que um rótulo, o resultado final em se reprimir a brilhante capacidade de reconhecer a beleza - seja ela interior, exterior ou até mesmo o conjunto da obra - no seu par, acaba por fazer com que toda a mesquinhez existente seja encarada normalmente, afinal nós suprimimos algo todos os dias mesmo. Mas em que superfície opaca nós estaremos transformando os outros, pois é mais fácil não admitir e depreciar algo, do que descer do degrau alto da soberba e no fim mostrar ao seu vizinho que você tem defeitos, que você mente e erra igual a todo mundo...

Mas é lógico que ele não precisa saber disso...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

No fim, o silêncio...

Olá a todos!

É no minímo estranho começar escrevendo justo sobre a morte, não a expectativa sobre a ela, mas como ela se faz sentir quando um ente querido, o qual de alguma forma você pensou que fosse viver para sempre, morre. Esssa semana, quando do falecimento da vó de uma amiga, eu comecei (na verdade recomecei, pois não foi a primeira...) a pensar o quão estranho é você se dar conta que o que ou quem antes estava todos os dias no mesmo lugar, cumprindo a longa jornada da rotina, simplesmente deixa o lugar vazio, e aí vem a cabeça: e o meu lugar? Como será o vazio deixado por si próprio ? Será mesmo um vazio? Infelizmente é algo que não se pode descobrir...
Eu acho que é por isso que eu faço questão de estar sempre dizendo aos meus queridos amigos o quanto eles são importantes para mim, mesmo que às vezes eles nem estejam prestando atenção ou pensem ser apenas mais um elogio megalomaníaco, o fato é que será que a pureza com a qual a declaração foi feita consegue ser absorvida? Será que no fundo eles levam a sério?
As perguntas acima fazem sentido, se parar para se olhar que esta é uma forma de tentar dizer-lhes o vazio que eles proporcionariam no que dia que forem embora. Eu acredito que a cada reunião, mesmo a mais casual e informal, devem ser contadas todas as histórias passadas, mesmo as mais repetidas, devem ser tiradas todas as fotografias possíveis, como uma forma de se poder preencher os vazios, pois as fotografias são uma ponte entre uma alegria e uma tristeza, alegria que pôde não ter sido a que gerou mais gargalhadas, tristeza que pôde não ter sido a mais dificil de se superar, mas entre esses pontos da reta, que todos os espaços possam deixar de ser vazios...

Pois no fim, só há o silêncio...