segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Outros carnavais...

Olá a todos!

É, devo confessar que toda a agitação inerente a esta data deve ter algum ingrediente afrodisíaco de efeito inverso em mim. Me sinto muito mais apto a escrever nestas ocasiões onde o silêncio impera e qualquer ruído profanaria este templo sagrado. Aliado a isso, uma pitada de solidão melancólica dá o tom certo destas linhas que por um momento me inspiram um lirismo poético que comumente não se sobressai nas linhas que escrevo.
Falando nisso, a alguns dias estive considerando toda essa ausência de tato poético a qual infelizmente não me foi concedido pela Providência. Acredito que conseguiria exprimir de forma mais nobre os fracassos que insisto em publicar nestas linhas, que com a medida correta integraria as páginas de uma verdadeira epopéia que descreveria as aventuras de um herói que teria a missão de vencer a si mesmo.
Com certeza não haveria de faltar gigantes, bruxas, vilões e seres vis de toda a sorte, como também haveriam ínumeros aliados, amores em aventuras que só pelo seu empreendimento, já receberia as suas recompensas e presentes que sem muita dificuldade atingiriam o nível do fantástico. E mesmo que toda essa jornada excepcional não fosse alcançada, ainda restariamos moinhos-de-vento desta odisséia sem fim.
No entanto, todas estas tentativas de unir as pontas da vida num único compêndio não são possíveis, falta o herói, não há tesouro ao fim da jornada e acima de tudo, falta a poesia necessária para engrandecer a história, e mais uma vez perdeu-se o sonho antes do fim, e eu não consegui recompor nem o que foi nem o que fui.

Com certeza estaria sonhando se dissesse que podia dormir...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Silêncio e distância...

Olá a todos!

Incrível como os dias parecem voar entre as postagens ao mesmo tempo em que tudo parece inalterado e imutável, inerte as batidas do relógio. Logo se faz presente também a sensação de que o pouco tempo que há, torna mais próxima a sensação de estar amarrado a uma bomba-relógio que não vai tardar a mandar tudo que você conhece pelos ares.
Será que alguém já descobriu porquê a medida que o tempo passa as cores vão desbotando, a música silenciando e o amarelado se espalha por tudo que era antes tão brilhante? Bem enquanto não se descobre a resposta científica ao questionamento, só se fica evidente que todo brilho - meteórico ou não - é passageiro e que, só o que é opaco dura para sempre, numa espécie de sintonia total com sentido da vida.
E por mais apocaliptico que isso possa parecer, a maioria das pessoas não se cansam de angariar predicados intelectuais, adornos a mascara que ostentam na face, numa ingênua luta de cabo-de-guerra que fatalmente irão perder. Neste caso cabe perguntar se é mais válido cair aos excessos como forma de ir à forra, e ter-se a mente que viveu tudo que se podia viver ou, simplesmente deixar-se sentar e assistir de camarote a própria vida passando como os grãos de areia que caem de uma ampulheta, até que simplesmente literalmente se acabe o tempo?
Pior que todas as perguntas não respondidas com certeza, só o fato de não estar nas fotografias além do que esmoecer lentamente, escrevendo o testamento da vida e das conquistas que não se teve, legando como herança simplesmente o som do silêncio a herdeiros que provavelmente não se terá, um forma justa de se compensar a injusta existência...

Afinal a vida é o eterno ensaio de uma peça que nunca realizar-se-á...