terça-feira, 8 de julho de 2008

Atrás das cortinas...

Olá a todos!

Não sei com que nível de uma melancólica nostalgia vim escrever aqui hoje. Acho que uma leitura dos acontecimentos nos últimos anos aliado a esse clima de inverno desta terça-feira fria e inofensiva podem diagnosticar melhor isso. Então vamos seguindo assim, lenços, sem documentos.
Poderia dizer que é curioso se não fosse regra: é sempre no fim que se pensa no começo. Você aguarda uma eternidade para ver a sua vida passar no cinema, ver o mocinho, conhecer o mundo que o mocinho tem que livrar do perigo, a(s) mocinha(s), e mocinho que é mocinho de verdade tem sempre um oráculo, um mestre, alguém que sabe dizer exatamente na hora exata o que o mocinho deve fazer (o que torna ele tão legal quanto o mocinho pois, o mocinho só é mocinho por causa do mestre). Aí o longa acaba. E você passa a pensar o que aconteceu antes do Leão da MGM dar os três rugidos, o que aconteceu depois que os créditos começaram a subir e a tela ficou escura.
Todo esse trocadilho cinematográfico faz sentido quando se começa a considerar o roteiro que você tem nas mãos, como ganhar o Oscar com os recursos que você tem nas mãos? A primeira e óbvia resposta é ter ao seu lado a melhor equipe de pessoas para trabalhar, pessoas com as quais você possa dialogar sem mesmo ter que usar palavras. Pessoas que completem a sua idéia primeira que mesmo sendo vazia e infundada a princípio, possa através da pintura da sua equipe ser mais brilhante e precisa.
Verdade é que toda auto-biografia e meta-lingüagem estão fadadas ao menor e mais inocente possível ufanismo, mas nem por isso deve haver descrédito da história, pois ela acima de tudo é uma contribuição a memória dos dias que virão. Assim, mesmo que os prêmios não venham, quero brindar com doses de nostalgia a confecção desta película, e sem ser tendencioso (ou mesmo o sendo), dizer que esse é um filme maravilhoso...

E é sempre no fim que se pensa no começo...

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Bem que...

Olá a todos!

É isso aí, fim de semestre começo de outro, obrigações em dia (mas ainda não há a sensação de dever cumprido), e por mais incômoda que seja a idéia de que daqui para a frente as coisas só tendem a se tornarem mais complicadas, acredito que com o tempo acaba-se por conviver (não muito bem e contente) com isso da forma mais natural possível. Vim aqui hoje motivado pela leitura de um pequeno texto de um, mesmo que distante, amigo, que versou sobre algo interessante em seu flog Meio-amargo by Davi San Gil. A minha parte aqui foi só associar a idéia dele a outra por se dizer "diferente", e assim escrever sobre duas coisas aparentemente díspares, mas totalmente complementares uma a outra.
Se parar para pensar os princípios de cada um são como seus dentes. Quando nascemos, não temos nenhum – dente, princípio. Os dentes vêm primeiro, mas os princípios não tardam a nascer, e antes da adolescência boa parte deles já caiu por terra – metaforicamente ou não - dando lugar a novos – dentes, princípios. A tendência é conservar a maioria a partir de então, exceto três ou quatro que, ao fim da adolescência, boa parte de nós se vê obrigada a arrancar. São os chamados sisos, ou dentes – e princípios – do juízo.
Os meus princípios assim como meus dentes, merecem uma boa revisão pelo menos uma vez por ano, e a cada revisão eu vejo que tem alguma coisa errada, alguma coisa a ser mexida, consertada, restaurada. Umas boas porradas – metafóricas ou não – também costumam arrancar alguns – dentes, princípios - em definitivo. E, como ostentar uma boca sem dentes costuma provocar uma repulsa social igual à de uma vida sem princípios, é sempre bom, no caso da ausência de ambos, arranjar uma dentadura – metafórica ou não – nem que seja só pra disfarçar durante o dia, e guardar sua banguela de dentes e princípios entre quatro paredes.
Por fim, nunca é bom confiar na ocasional brancura – metafórica ou não - dos dentes e princípios que as pessoas costumam exibir. O lado podre de ambos normalmente se esconde por trás do sorriso.

E assim vai se conseguindo a medíocridade necessária para ser popular...