terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Espiral descendente...

Olá a todos!

Seria muita falta de gentileza da minha parte não vir aqui me despedir deste ano que me deu tanto. Bem, verdade que não foi tão dado assim. Mas sempre vou me lembrar dele suspirando. Mas se é verdade que algumas coisas nunca mudam, a sensação de vazio próxima do fim de ano veio, e com a mesma sensação de ser mais forte que a do ano anterior. Chega a ser de certa forma irônico que a única coisa constante na vida seja as inconstâncias a qual todos nós estamos a mercê.
De fato, não existe mais aquilo que você sonhava. Apenas a vaidade te impede de desistir. Seus ídolos não sabem de nada e seus amigos estão irreconhecíveis, detonados pelo tempo. Seus amores fazem parte de um passado deturpado que só pertence a você, não pode ser compartilhado, divulgado ou entendido. As perspectivas que decepcionaram, as possibilidades que suspiraram, os atos que poderiam ter sido. Talvez, o mais sintomático nisso tudo é quando você passa de ator a narrador.
O tempo cristaliza uma sobriedade que acaba por envernizar o que há de mais brilhante em nós. Talvez seja por isso que é preciso estar sempre embriagado. Para não sentirem o fardo incrível do tempo, que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso. Com quê? Com vinho, poesia, ou virtude, a escolher. O tempo não compra passagem de volta.
Alguém já disse que afligir-se antes do tempo é afligir-se duas vezes. Mas como seria bom se você pudesse pelo menos acreditar em alguma coisa, mas nem disso você é capaz. Eu também não sei de nada, mas se eu pudesse te dizer algo, seria para pegar qualquer fiapo de esperança e transformar em um trapo de pequenas certezas. Se enrosque nele, aperte e prenda a circulação. Se pulsar, viva, do jeito que for. E não conte pra ninguém.

E ficando cansado de começar de novo...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O que sobra...

Olá a todos!

Verdade que este texto deveria ter sido escrito no dia do meu... hum hum... aniversário, mas a data de hoje tem um significado carregado de solenidade suficiente para justificar a realização do presente. Então é como acontece todo ano, as ligações e lembranças que você espera e acaba por vê-las se concretizar em nenhuma espécie de mensagem que você possa guardar como recordação, nem que o material uma dia seja consumido pelo tempo.
Não sei precisar o que é pior: se é passar em branco, afinal você constata que se é assim nesse dia, o que não ocorrerá no resto ano; se é receber qualquer tipo de mensagem simplória, para única e exclusivamente, "bater o ponto". E dado o histórico negativo da data - com raríssimas exceções - e o acúmulo de frustrações a medida que esta se repete, não sei como os meus próximos conseguem se surpreender quando eu digo que "odeio aniversários!"
Talvez o outro dia que carregue o mesmo significado (e que seja melhor falar sobre ele em uma outra ocasião) seja o último dia do ano, pois fica evidente para mim ao olhar em volta e me perceber sozinho no meio dos outros. A sensação meio que se manifestou a vida toda, mas de alguma maneira eu imaginava que talvez num futuro médio, ela viria a se dissipar. Mas mesmo não tendo nem começado a corrida de fato, parece que isso vai durar a vida toda.
Talvez eu me importasse menos com isso se não ficasse tomado pelo sentimento de que a minha vida tá passando lá fora, que todos os planos estão envelhecendo comigo. Diante disso tudo, o pior de tudo é que eu sempre me vejo sozinho, ainda mais, pela opção daqueles nem tem idéia disso. Acho que a vida toda, mesmo não acreditando em milagres, esperei muito para eles acontecerem...

A resposta meu amigo, é voar no vento...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Linha de chegada...

Olá a todos!

E aqui estamos nós começando as atividades no ano que chegou. Não vou dizer que este tempo sem escrever representou alguma espécie de "férias", afinal vir aqui publicar algo não representa para mim nenhuma forma de trabalho ou obrigação, talvez seja mais trabalhoso para as outras pessoas virem aqui ceder alguns minutos da sua atenção, e acompanharem os capítulos desta novela sem finais felizes.
Não quero me interrogar agora se o que é escrito aqui consegue manter a sua integridade quando absorvida pelos olhos dos que por aqui passam. Na verdade mais interessante seria saber dos que por menos que sejam, acham algum sentido ou precisão nestas linhas. Afinal qual sensação mais inoportuna do que a de sentir na ultima posição na linha chegada?
Se você pensou que a solução é estar em contato com os seus mais próximos e ouvir as opiniões deles, vou te dizer nem sempre esse é caminho com a melhor relação custo-benefício. Quanto mais visões você fica a par, mais as discrepâncias entre o que você vê e o que te dizem ficam notórias, e quando você acha que está muito perto da resposta, um novo leque de perguntas fazem cair por terra todas as conclusões preliminares.
Por mais que o tempo passe, por mais que quase sempre eu me depare com o contrário, sou um racionalista de ofício. Acredito que nunca deixarei de procurar as elucidações das questões através de etapas, mesmo sendo estas não-consecutivas e muito menos elementares. Na verdade não me desanimo com o destrichamento destas equações, o que me deixa preocupado é quando não consigo encontrar as variavéis a serem calculadas...

Onde estão os que pregavam no deserto? O deserto continua lá...