segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Situar é preciso...

Olá a todos!

Quando mencionei em algum lugar sobre a despedida de 2009 deste blog, não parei para pensar que não é apenas um ano que se vai e sim uma década, a primeira consciente da minha vida, da qual eu tenho exatidão e lembranças presentes e claras de cada um dos dez anos que se passaram em intervalos felizes e tristes, breves e duradouros nem sempre os mais suportáveis possíveis. A vida nesse tempo foi uma subida atrás da outra, pouco a pouco as perspectivas foram dando lugar aos acontecimentos, e as obrigações tomando o lugar dos sonhos.
Machado de Assis já disse que a vida é cheia de obrigações que a gente cumpre por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente, mas muitas delas fazem parte do desafio de se tornar quem você acha que é. Estive diante de escolhas fundamentais nesse período, e mesmo nem sempre fazendo as escolhas que eu queria ter feito, tive que receber as cobranças com juros e mora e pagar cada centavo delas. O mais se passou nesse tempo foram as pessoas. As mais importantes chegaram e foram embora, fizeram outras escolhas, escolheram outras pessoas, e deixaram sim o vazio em seus lugares.
Talvez eu tenha feito isso também na vida delas, nossas escolhas nos distanciaram, mesmo nos aproximando fisicamente às vezes. Sinto falta de muitas, outras nem tanto, mas sinto falta dos episódios, os troféus que não ganhamos, as risadas que não terminaram. Em meio aos projetos, talvez os dois mais imediatos tenham sido alcançados, espero daqui a dez anos escrever o mesmo sobre os restantes. Aliás, os próximos dez anos é algo que me preocupa, afinal, quando comecei esta década eu não tinha muita certeza do que iria fazer, só que na próxima, eu tenho que pisar exatamente nos lugares certos.
Acho que eu sou uma pessoa que não faz votos para o Ano Novo, no máximo uma planilha de perspectivas, esperando que estas se tornem possibilidades reais. Tenho quase certeza de que há dez anos atrás a minha única preocupação era conseguir tocar uma música com mais de três acordes, hoje, depois de ver tantas promessas de juntos para sempre se desfazerem, só espero ver o telefone tocando, e poder abrir a porta a rostos familiares, rir e chorar com eles, para que eles me façam ter certeza de horas que passamos juntos aconteceram de fato, e que na companhia destes ilustres, eu nunca esteja sozinho...

E cada vez mais, eu acredito que não há uma razão...