quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Olhando em volta...

Olá a todos!

Enfim dezembro chegou. Para a maioria das pessoas representa uma época boa, de renovação e de reflexão quanto ao que foi feito e o que se deve fazer. Para mim no entanto nem sempre foi a data mais esperada do ano, talvez por faltarem acontecimentos felizes relevantes que pudessem ser remetidos diretamente ao espírito natalino. Ainda entre as datas, o dia 31 consegue se sobressair ao Natal, uma vez que a possibilidade de estar com os amigos se concretiza mais facilmente do que ficar com a família no dia 24.
De tanto pensar na simbologia do fim de ano, percebi que nos meus empreendimentos, seja qual for o resultado, o limite para o conhecimento dos seus sucesso ou fracasso, não ultrapassa o fim de novembro, o que faz do mês de dezembro um estágio intermediário inerte entre o que foi feito e o que se deve fazer, e por mais que exista um grande volume de atividades, não adianta ter pressa alguma, afinal o ano no ainda nem começou. Confesso que toda a reflexão acima sobre o fim do ano me ocorreu depois de um episódio curioso que presenciei hoje.
Passando pela rua depois do almoço, sentindo o calor tostar me a pele, tecendo possibilidades de poder driblar os efeitos do aquecimento global, quando me deparei com a figura de dois garotos de rua, que aquela hora (quase duas da tarde) almoçavam na calçada, talvez o almoço, café da manhã e janta já de muito atrasados. Qual não foi a minha surpresa quando um deles levantou o rosto e ao dar se conta da minha presença indagou:
- E aí, vamos almoçar? E eu que senti de súbito um nó formar-se na garganta, consegui responder com muito esforço:
- Não obrigado.
- Então, boa tarde. Não consegui pensar em mais nada além de lhe desejar boa sorte.

Quem visse a cena, ou quem a leia descrita aqui, poderia não compreender o absurdo que se dava naquele momento. E talvez a naturalidade do garoto tenha sido justamente o fator mais impactante de tudo. Muito fácil para nós nos fecharmos nos nossos estresses diários causados pela mão maléfica do capital, e nos sentirmos violados por não termos alternativas frente a esta máquina cruel de vender, comprar e consumir. O garoto - que depois que eu segui em frente, ainda esboçou um sorriso depois de ter ouvido algo que o companheiro o falou - preferiu comprometer a sua, talvez, única refeição do dia em nome não se sabe de que.
Agora ao escrever aqui, sinto que deveria ter voltado e lhe pedido desculpas por terem lhe negado uma escolha que ele não teve. Quero também pensar que de alguma maneira, eu possa vir daqui a algum tempo minimizar situações de constrangimento como essas. Constragimento para ele, que teve a gentileza de ser educado e pensar em alguém, que naquele momento estava preocupado em conseguir uma maneira de se sentir mais confortável...

Neste momento, a luz de uma estrela embrionária começa a brilhar no horizonte...

2 comentários:

Fê Andrade disse...

Influenciado,ou influenciavel...Só sei que sinto o peso da mudança em você! =x

ESQUIsOFRÊNICA RAZÃO disse...

Ser amigo é estar sempre junto mesmo quando nossos amigos fazem suas escolhas... Ser amigo não requer bens, classe social, cor muito menos estado civil... Ser amigo requer puramente disposição. Não dá pra deletar um amigo.