sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Possibilidades versus perspectivas

Olá a todos!

Imagine que você fosse fazer uma enquete e pedisse a terceiros que listassem todos os piores sentimentos possíveis. Te adianto que o meu indicado seria o sentimento da impossibilidade. Não descarto que seguramente outras pessoas com uma análise mais racional que a minha poderiam vir a elencar um sentimento - seja ele raiva, ganância ou inveja - que pudesse vir a ser o mais votado, afinal é ainda essa diversidade de pensamento que me faz acreditar que nem tudo ainda está realmente perdido.
Mas detendo-se a minha análise particular, qual sentimento pior que estar limitado a fazer algo? Como fazer para medir acertos e erros, quando você nem sabe o que errou tampouco o que fez de certo? Esse dilema queridos leitores talvez possa ter um gosto ainda mais amargo que a derrota, uma vez que dentro do campo de batalha, você depende das suas armas e das suas habilidades e ainda que não saia vitorioso, teve por um tempo curto que seja a possibilidade de ter vencido.
O abatimento decorrente de episódios como este só faz aumentar quando você vê que seus empreendimentos, um a um, caminharem rumo ao "quase". E como quase sempre você sobrevive a esses naufrágios, a água salgada do mar acaba por ficar cada vez mais com um gosto familar para você. As considerações também são inevitáveis: será que vale mesmo a pena apostar nas improbabilidades? Ou, seria mais digno juntar os pedaços da embarcação e retirar-se ao gosto confortável do lar? Existe derrota em admitir que não se pode lutar?
Frente a todas estas perguntas não respondidas, só resta voltar a mesa dos desenhos, para continuar revendo os mapas e as possibilidades de onde o vento possa soprar a seu favor. Por quê não podemos considerar que ainda que não cruzemos o oceano na sua plenitude, atirar-se nele e aprender o ritmo de algumas marés também já não nos fez marinheiros mais experientes? Se é verdade que a Fortuna favorece os ousados, então por enquanto só nos resta esperar o que o oceano nos reserva...

Além do mais, deve haver alguma coisa que ainda te emocione...

Um comentário:

Fábio Costa disse...

Mais uma vez, ao ler suas análises do cotidiano, tenho uma nítida impressão de que foi escrita pra mim, com várias observações sobre meus erros e acertos que eu, na minha restrita (exata) ótica, não tinha me dado conta.

Mais uma vez, parabéns pelo texto!