sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Pagar para ver...

Olá a todos!

Foi passando o tempo ingenuamente com um jogo que nada tem de ingênuo - o poker - que a idéia de que os relacionamentos modernos (sendo estes amorosos ou não) estão cada vez mais fadados a se tornarem jogos-de-azar, jogando o que não tem, perdendo o que não pode, ganhando menos do que se esperava. Como comunmente tem se visto por aí, assumir uma relação tem adquirido muito mais traços de compartilhamento de convenções do que propriamente de reciprocidade. E nesta mão cega acaba se perdendo muito mais do que o que se apostou.
Nos atendo aos relacionamentos a dois, que é onde os danos de uma aposta mal sucedida pode acabar numa pior para um dos lados - e quase sempre para os dois - a idéia de permanecer no jogo é fixa enquanto as cartas estão do seu lado, "em time que se está vencendo..." diz o senso comum e a cada mão ganha, a sensação de que nada pode te parar é a mesma que te deixa cego para em seguida, numa virada de mesa você se ver sem uma única ficha para apostar.
Aqui não interessa se é um viciado em jogo ou se é um jogo viciado, se tudo vem fácil e fácil se vai, cartas, roletas e dados não interessam, o que interessa é quebrar a banca no fim da noite, e se não conseguir torcer para que a noite seguinte te traga uma sorte melhor. Nos jogos que se estabelecem com amantes, nem as cartas marcadas impedem de que profissionais e iniciantes, sortudos e azarões se igualem na mesma sequência de naipes e vejam a sua fortuna desaparecer quando as cartas são reveladas.
Não quero porém que me entendam como homem acima dos vícios, pelo contrário, estando num grupo seleto onde o azar se estende tanto ao jogo quanto ao amor, quantas e quantas vezes eu arrisquei na jogatina do destino pensando perder e ganhei. Mas sendo realista, não ganhei metade do que já empenhei nas mesas da vida, diria até que por vezes apostei demais numa mão que não retornaria o que foi posto a sorte, e no final tive que ver levarem todas as minhas fichas...

E foi só depois de perder que eu percebi que era um jogo...

5 comentários:

Fê Andrade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fê Andrade disse...

Talvez seja por isso que os jogos chamam-se 'jogos de azar'. Quem sabe o problema seja apostar todas as fichas em premios [possivelmente] nem tão bons assim...
Quem sabe o melhor seria parar com a jogatina ou mudar de vício...

Grasiele Rocha disse...

O mais ideal é que sempre jogue, pois apartir disso correrá riscos, de ganhar ou perder, e esse é o bom da vida.

Fábio Costa disse...

Cara, tô me vendo nessas linhas! Texto simplesmente perfeito.

Blog do Jeco disse...

Cara, concluo uma coisa:

se é um jogo, devemos nos preparar perder ou ganahr. Nunca empatar..
Até mais.