terça-feira, 21 de julho de 2009

Entendimento volátil...

Olá a todos!

Ja há algum tempo que venho demonstrando - e escrevendo quando chego ao menor sinal de síntese - os meus recentes e, cada vez mais constantes, desapontamentos quanto ao entendimento das pessoas em suas aventuras no mundo complicado dos adultos. Esse que pode ser encarado como um desapontamento de frente ampla, afinal quando eu preciptadamente acho que não posso mais ser surpreendido, me deparo com uma evidência que manda por terra tudo que parecia certo; e aliado a isso, a nem tão agradável sensação de que isso me causa um certo incômodo.
Sem dúvida o que mais prepondera no curso natural do convívio é a capacidade (ou melhor, a falta dela) de se manter uma memória do que aconteceu em um passado médio. Em dias que os nossos compromissos com a máquina do capital nos faz perder vertiginosamente a capacidade de relevar pequenas rusgas, fazendo com que o menor arranhão se transforme numa profunda ferida, o menor imprevisto faz surgir frases recheadas da mais pura e desagradável irônia. E nessa seqüência é onde se começa a perceber as vírgulas que invariavelmente vão surgindo nos diálogos.
De tudo isso o que vai ficando cada vez mais evidente é que a medida que os anos passam e que, por mais que inevitavelmente as coisas deixem de funcionar como costumavam, são os abismos ao invés das pontes que vão sendo mais facilmente perceptíveis. Nesse ponto de vista, a procura por outros contatos assume uma intensidade que por vezes tende ao instantâneo ou, simplesmente leva a uma gradativa reclusão que, quem ouviu o que Casmurro e Cubas disseram, sabe bem do eu estou falando.
No mais, as pedras continuam rolando e vez por outra você abre mão da cara emburrada e divide algumas risadas para passar o tempo afinal, não se pode desvirtuar o tempo todo e se for parar para pensar, com todas as outras coisas que já existem para tornar o seu dia intragável, um pequeno furo não vai fazer a embarcação toda afundar, mas é bom lembrar que vai entrar muita água por aí...

Use a capacidade que tens. A floresta ficaria silenciosa se só o melhor pássaro cantasse...

Um comentário:

LuEs disse...

Gostei do post e principalmente da sua maneira de escrever. Certo rebuscamento, o que me agrada bastante.
Particularmente, eu também me surpreendo quando penso que isso já não é mais possível. Sempre assim e sempre fico com um sutil sensação de desagrado.
=)

Às vezes, é realmente necessário dar risadas.